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Entrevista da Playboy em 1997
Ela tem o rosto anguloso, com uma pequena cicatriz junto ao olho esquerdo lembrando um tombo que levou quando era criança. É alta, um pouco magra e, embora bonita, não chega a ser uma beldade - no entanto, o mundo do cinema está inteiramente aos pés de Sandra Bullock.
Já no primeiro filme que fez, Poção do Amor nº9, Sandra encantou mais do que o público: durante a filmagem, realizada em 1992, o galã Tate Donovan perdeu a cabeça por ela e os dois começaram um romance que só acabou em junho passado. E no sucesso mais recente da atriz, a aventura cibernética A Rede, foi a vez de o próprio diretor Irwin Winkler se sentir mais enfeitiçado a cada dia de trabalho. Conta-se numa noite, ao chegar em casa, Irwin enfrentou uma pergunta direta da mulher, que farejava algo no ar: "Você está apaixonado pela Sandra Bullock?", disparou a astuta senhora. O diretor reagiu de um modo digno e valente: "Estou. Mas quem não está?"
Até a senhora Winkler deu razão ao marido e, para o bem do casamento, encerrou a cena por ali. Sandra Bullock é definitivamente um fenômeno de massas - seus filmes dão tanta bilheteria que ela já ganha 12 milhões de dólares a cada contrato. Essa atriz americana de 33 anos, filha de uma cantora alemã de ópera e de um professor de canto do Alabama, no Sul dos Estados Unidos, arrancou para o sucesso dirigindo um ônibus em Velocidade Máxima. Mas já havia chamado a atenção em dois papés: como a garota sequestrada por Jeff Bridges em O Silêncio do Lago e como a parceira policial de Silvester Stallone no futurista O Demolidor. E é certo que até pelo menos a virada do século ela estará em algum cinema perto de você - sua agenda de trabalho já relaciona projetos para 1998.
O editor-contribuinte David Rensin, da edição americana de PLAYBOY, encontrou-se com Sandra em Los Angeles, na bela casa de estilo espanhol que ela ajudou a reformar com as próprias mãos, depois de mandar buscar azulejos no México. "Conversamos durante 2 horas", recorda Rensin. "Fiquei o tempo todo tentando imaginar por que essa mulher fantástica, talentosa e simpática ainda esta solteira."
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Playboy: Para você o que é excitante e o que é decepcionante num homem?
Sandra: Coisas que me excitam são energia, inteligência, presença de espírito e mãos bonitas. Adoro também homens que saibam dançar e diretos quanto ao que querem, entre quatro paredes ou não. Não gosto dos que ficam pigarreando de embaraço. Isso me dá tempo pensar e ir embora. E acho decepcionante alguém que não diferencia uma chave inglesa de uma chave de fenda.
Playboy: No filme Enquanto Você Dormia, você se apaixona por um cara que entra em coma. Não vamos falar de coma, claro, mas até que ponto você se daria bem com um homem, digamos, inanimado?
Sandra: Bem, um homem assim não fala bobagens... Mas não seria divertido. Não gosto de homens que ficam imóveis, esperando receber carinho. Quero que tomem iniciativas. Gosto de quem sabe discutir e argumentar. Não sou encrenqueira, mas não gosto de passividade.
Playboy: Há artistas admirados pelo talento. E existem aqueles adorados porque as pessoas gostariam de ir para a cama com eles. Isso é problema para você?
Sandra: Uma ótima interpretação pode ser excitante, mas não é suficiente para eu ter fantasias sobre um ator. O que realmente me excita é ver na tela um cara que sabe beijar. Vou ao cinema com amigas e, quando vemos que o cara não tem receio, reagimos da mesma forma: gritamos, nos agarramos às poltronas, suspiramos. Ficamos bobas. É excitante alguém se sentindo bem com sua sensualidade, e isso fica evidente na forma com que ele olha para uma mulher.
Playboy: E como é ser objeto de desejo? Você foi eleita a mulher mais desejada dos EUA, segundo a MTV americana.
Sandra: Acho ótimo atrair pelo senso de humor, que é o que tenho de melhor.
Playboy: É assim que você se considera?
Sandra: Vivo arrumando maneiras de rir do que me aborrece, tentando achar um sentido para tudo. No fim, acho que aparece algo de repousante. Sou como um bom sofá que qualquer vovó tem em casa.
Playboy: Pensando em Poção do Amor nº9, quais ingredientes uma mistura assim deveria ter para fazer efeito em você?
Sandra: A capacidade de fazer rir muito e haver muito interesse em mim. Sou leal, e não gosto quando alguém quer restringir minha liberdade. Uma vez conheci um velho cowboy, caseiro e pacato, casado há quarenta anos com uma mulher de cabeça bastante aberta. Perguntei como o relacionamento funcionava. Ele respondeu: "Meu pai dizia: ‘Você tem uma potra selvagem. Não coloque uma cerca em torno dela. Deixe uma luz acesa. Se ela estiver feliz, sempre irá voltar’". O mesmo acontece comigo. Basta deixar que eu saia e me divirta durante o dia. Quando ficar cansada, eu voltarei.
Playboy: Na gíria da Inglaterra, bullocks significa, "colchões" ou "machão". Você se reconhece em desses sentidos?
Sandra: Na maior parte do tempo, sim. Às vezes é preciso escolher entre ser machão ou idiota. Sou um touro em uma loja de porcelana. Eu me envolvo nas coisas porque, se parar para pensar nelas, posso ficar muito apavorada para fazê-las. Algumas pessoas têm o remorso de consumidor; eu tenho remorso de ação, de me vestir de um jeito, de fazer comentários. Sempre me digo: "Aquilo foi uma idiotice. Por que disse aquilo?" Por outro lado, falo o que penso. Deveria ficar satisfeita.
Playboy: Você é uma garota masculinizada ou uma garota bem feminina?
Sandra: Posso ser as duas coisas. De modo geral, gosto de equilibrar as duas coisas. A diferença já não é tão grande como há vinte anos, quando um tipo de mulher ficava com os caras no estacionamento e o outro dia era a rainha do lar. Adoro ter amizades do sexo masculino e sou capaz de falar com eles sobre o que os rapazes gostam nas garotas. E minhas amigas são mulheres realmente fortes e femininas - mas podemos nos transformar em garotinhas quando estamos juntas. Alguns dias precisamos ir ao shopping, fazer massagens, passar loffha e ser paqueradas.
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Playboy: O que é loffha?
Sandra: É uma esponja de limpeza feita de trigo desfibrado, para passar no corpo. A pessoa vai a um lugar em Chinatown [bairro oriental de Los Angeles] e eles a colocam num banho quente. Em seguida, uma adorável mulher asiática coloca uma luva de loffha e começa a esfregar sobre o corpo todo da pessoa. A esponja retira as três primeiras camadas de pele. Você sai de lá sentindo como lhe tivessem retirado toda a camada de uma semana ruim. Brilhante, cor-de-rosa, pronta para entrar no próximo milênio.
Playboy: O que você pode consertar em casa sem usar as Páginas Amarelas?
Sandra: Sei instalar aparelhos sanitários e tudo sobre encanamento. Sei trocar uma lâmpada, assentar pisos. Estou aprendendo princípios básicos de fiação. Já não tenho tanto medo de eletricidade. Quero fazer tudo para poder dizer que sei como é. Mas se um homem aparecer e demonstrar que sabe o que faz, acredite-me, vou preferir dar a chave de fenda para ele.
Playboy: Digamos que você tenha 20 minutos para fazer a mala antes de ser levada por extraterrestres. Quais as três coisas que você levaria?
Sandra: Levaria minha máquina fotográfica descartável, com flash. Uma escova de dentes. Uma muda de roupas de baixos.
Playboy: Falando nisso, o que os homens deveriam saber sobre a roupa de baixo das mulheres?
Sandra: Ninguém jamais me comprou roupa íntima, e sou meio conservadora a esse respeito. Talvez não seja uma grande novidade homem comprar calcinha. As lojas oferecem coisas incríveis... Mas alguns homens podem dizer: "Não vou comprar aquela calcinha sexy porque provavelmente ela já tem uma igual". Já comprei de todo tipo. Gosto das que não marcam. E de camisolas, de cuecas Calvin Klein. As mulheres acham que vestir uma cueca de homem é muito sexy.
Playboy: Complete a frase: "Eu quero..."
Sandra: Chocolate. Escuro, branco, pouco importa. Depende do humor. Se estiver me sentindo sofisticada e européia, prefiro meio-amargo. Se estiver me sentindo criança, prefiro ao leite. De vez em quando experimento com algum tipo de recheio. Minha mãe é da Alemanha e costuma me enviar algumas barras com licor. Mas eu gosto de chocolate simples, puro. Meu preferido é [o popular e barato chocolate americano] Hershey’s.
Playboy: O que você mais adora?
Sandra: Dançar. Adoro ir a clubes de salsa, em Los Angeles. Aprendi a dançar com [o ator] Robert Duvall, nas filmagens de Recordações. Ele dança divinamente e me ensinou tudo - tango, salsa, rumba e merengue. O tango é muito sensual. Existe um cara de 70 anos de idade que conheci num desses clubes - ele tem o porte de um rei espanhol. Nós dançamos e sinto que se cria um clima. Não é sexual, é sensual. Quando dancei tango pela primeira vez, pensei: Oh, meu Deus, estou pressionando o corpo dele! Mas, agora, é a única oportunidade que tenho de renunciar completamente a todo controle, porque preciso - e gosto.
Playboy: Explique mais uma coisa do universo feminino: por que as mulheres costumam deixar seus diários sempre à vista, expostos a uma olhada do namorado?
Sandra: Eu nunca deixo meu diário à vista. Na verdade, nem escrevo o que realmente penso, de medo que alguém possa encontrá-lo. Metade está em código, só por precausão. Um dia vou morrer e alguém irá encontrá-lo. Ninguém vai ter a mínima idéia do que eu estava falando. Mas preciso botar essas coisas para fora. Essa é minha válvula de escape.
Playboy: O que você imagina que acontece em casa enquanto você dorme?
Sandra: Meus cachorros fazem telefonemas interurbanos - tenho as contas para provar o que estou dizendo. Infelizmente, Weegee fugiu e não tenho mais recebido nenhuma conta telefônica com chamadas para Brooklyn, Queens [bairros de Nova York], Nova Jersey [Estado americano vizinho a Nova York]. Eu gostaria que ele ainda estivesse dando aqueles telefonemas. Quero meu cachorro de volta.
Playboy: Você já disse que o comediante Jerry Lewis é um dos seus heróis. Já imaginou o filme que faria com ele?
Sandra: Quero ser a irmã de Jerry Lewis, dentuça e de óculos. Mas o filme... Quando vi Debi & Lóide, pensei: eles precisam de uma irmã! E nesse filme, em algum lugar, Jerry seria apenas Jerry.
Playboy: Pensando em outro filme que você já fez: o que é mais arriscado numa velocidade máxima?
Sandra: Apaixomar-se. Mas você precisa enfrentar esse risco, querendo ou não se envolver num horrível acidente. Mesmo que seu coração fique estraçalhado, você será uma pessoa melhor a partir do instante em que superar a dor.
Playboy: Quais as vantagens da vida de atriz? E o que é chato nesse meio?
Sandra: A vantagem é poder ir a lugares incríveis, sem precisar pagar a conta. E é chato quando os assistentes do diretor acham que precisam ficar o tempo todo à minha disposição. Isso me deixa neurótica. Sou perfeitamente capaz de pegar a minha própria água, meu pão, meu queijo, qualquer coisa. Posso ser uma atriz, mas tenho condições de ir ao banheiro sozinha! Por outro lado, ter uma massagista no estúdio não é má idéia.
Playboy: Você já foi vista jogando 21. Você continua quando está com 17 na mão?
Sandra: É meu jogo preferido, a única coisa que me dá uma certa sensação de controle. Sempre paro quando estou com 17. Ninguém é obrigado a parar, mas é a questão da linha divisória. Em certas ocasiões posso imaginar que os deuses gostam de mim para me dar tudo o que preciso. Só que isso nunca acontece.
adorei o blog *--* vo passar a entra aqui sempre :D, onde eu posso achar esse intervista do youtube ?
ResponderExcluiradorei a postagem! eu ainda não tinha visto inteira! *-* obrigada meninas ;)
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